sexta-feira, 25 de março de 2011

Enquanto isto ,na sala do cafezinho... .

A sala do cafezinho de qualquer organização costuma ser um espaço de desabafos mais do que de convivência.De queixas mais do que de partilha.O vilão: o estresse . Um estresse com várias faces: a do gestor ; a do mercado; da implacável reunião de avaliação de resultados; do corpo cansado; das poucas horas de sono; da cabeça que roda e outras, muitas outras.

Mas o que é estresse afinal? É um conjunto de reações do organismo a qualquer agressão de origem externa ou interna.

Costuma ocorrer quando o organismo é exigido além de suja capacidade normal e afeta o indivíduo, sua família ,amigos, seu grupo social e , é claro, o local em que trabalha, sob a forma de estresse organizacional.

Estresse é, então, uma designação geral para um conjunto de reações do organismo a qualquer ameaça percebida .Pode ser resultante tanto de agressões físicas , como psíquicas, infecciosas. Seja qual for sua gênese , o Ser a todas percebe como reais.

Seus sintomas vão das recorrentes enxaquecas, dores no corpo, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, perda de memória, distúrbios de alimentação até, em casos mais graves, à depressão e sentimento de culpa.

Em pequenas doses, controlado, o estresse é benigno, aliado.Nos torna mais criativos, alertas. Mas quando as atividades diárias deixam de ser agradáveis e a irritabilidade se torna constante devido à incapacidade de eliminar as substâncias químicas lançadas na corrente sangüínea quando do acionamento da bomba ataque /fuga, o estresse se torna inimigo voraz.

Para o profissional da modernidade que interage em várias frentes, a questão torna-se a cada dia mais e mais crucial.

Perguntando a amigos no mundo corporativo o que os deixam estressados ,recebi as seguintes respostas: pouca oportunidade de convívio com colegas de trabalho; a indiferença dos gestores; a falta de idealismo. E outras. Muitas outras



Como lidar com esta dor que nos rói nem sempre vagarosamente?

Não temos poder sobre o ambiente,mas temos, sempre a possibilidade de escolher como vamos reagir a seus estímulos.

O grande João Guimarães Rosa alerta pelo verbo doído de Riobaldo: “ Viver é muito perigoso.”

Cada vez mais esta afirmação se mostra verdadeira. Viver em época de poucas ou nenhumas certezas, de velocidade estonteante, sem parâmetros , sem mapa, sem guia é , de fato, grande desafio para qualquer vivente. Para aqueles de nós que, além de viver, ainda tem como ofício gerir, desenvolver talentos, então, a tarefa se torna , muitas vezes, dolorosa.

Além disso, quem se deixa permanecer em estado crônico de estresse tem muito chance de apresentar comportamento destrutivo, que leva a um alto custo, não só para si mesmo como indivíduo, como para o ambiente corporativo em que esteja.

Este quadro leva inexoravelmente à baixa qualidade de serviço, ao aumento de reclamações, à diminuição do entusiasmo, à monotonia,aos maus resultados.

Os efeitos no ambiente, ou seja, no clima da organização, são dramáticos: má reputação; má imagem institucional ;troca constante de pessoal , o que é extremamente oneroso.

Quanto ao indivíduo , o estado permanente de estresse, além dos efeitos sobre sua saúde física, pode levar à diminuição da capacidade de tomar decisões com clareza; variações de humor e comportamento instável que afastam as pessoas, o que pode levar ao estabelecimento de um ciclo permanentemente alimentado de destruição da auto –confiança e da capacidade de comunicar-se com o outro.

O estresse pode ser fatal. Entretanto, sob o comando de nossa vontade , podemos tomar atitudes que nos levem a manter o nível de estresse, digamos, administrável.

Antes que sua alma se parta por inteiro, experimente:

1-notar seus sinais de alerta e agir a partir deles;

2-falar sobre as situações que sejam estressantes para você.Encare-as de frente.Não faça de conta que não existem;

3-criar o hábito de fazer breves caminhadas. Além dos benefícios físicos, ajuda a buscar suas respostas;

4-estabelecer horários de trabalho e crie espaço e tempo de lazer e de convivência;

5-aprender a delegar tarefas ;

6- cultivar um passatempo;

7-evitar estimulantes como açúcar, álcool , nicotina.A longo prazo potencializam o estresse;

8-descobrir pessoas a fins e trabalhe e conviva com elas. Elabore projetos comuns;

9-aprender a falar sobre suas emoções e sentimentos;

10-buscar alimentar-se de forma saudável. Alimentos refinados,conservas , aditivos químicos sobrecarregam seu corpo;

11-criar à sua volta um ambiente aprazível; ponha beleza em seu local de trabalho; busque luz e cor;

12-dedicar alguma parte de seu tempo para si mesmo para fazer coisas que lhe tragam prazer;

13-estabelecer objetivos realistas e poupe-se de lutar contra prazos impossíveis ;

14-evitar expressar opiniões negativas sobre si mesmo e sobre o outro. Pense e fale de forma positiva ;

15-viver.Não deixe que seus dias passem em branco.



Se “ Viver é muito perigoso” é também muito estimulante.É preciso apenas ir além do “rio de corredeiras” que os obstáculos figuram ; é preciso re-aprender a lidar com as incoerências , a falta de lógica , os paradoxos, a intuição, a ter a consciência de os problemas só são insolúveis na superfície.É preciso reconhecer como Doroty em O Mágico de Oz que não estamos mais no Kansas , no mundo conhecido, confortável. Mas , que se decidirmos, podemos transforma-lo em lugar bom de se viver.

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